Barroco - Enem Ninja
Públicado em > 16/05/21 > por > Enem Ninja

Barroco

O Barroco

O Barroco no Brasil tem seu marco inicial em 1601, com a publicação do poema
épico “Prosopopéia”, de Bento Teixeira, que introduz definitivamente o modelo da
poesia camoniana em nossa literatura. Estende-se por todo o século XVII e início do
XVIII.
Embora o Barroco brasileiro seja datado de 1768, com a fundação da Arcádia
Ultramarina e a publicação do livro “Obras”, de Cláudio Manuel da Costa, o
movimento academicista ganha corpo a partir de 1724, com a fundação da Academia
Brasílica dos Esquecidos. Este fato assinala a decadência dos valores defendidos
pelo Barroco e a ascensão do movimento árcade.O termo barroco denomina
genericamente todas as manifestações artísticas dos anos de 1600 e início dos anos
de 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da
época.
Antes do texto de Bento Teixeira, os sinais mais evidentes da influência da poesia
barroca no Brasil surgiram a partir de 1580 e começaram a crescer nos anos
seguintes ao domínio espanhol na Península Ibérica, já que é a Espanha a
responsável pela unificação dos reinos da região, o principal foco irradiador do novo
estilo poético.
O quadro brasileiro se completa no século XVII, com a presença cada vez mais forte
dos comerciantes, com as transformações ocorridas no Nordeste em consequência
das invasões holandesas e, finalmente, com o apogeu e a decadência da cana-deaçúcar
Uma das principais referências do barroco brasileiro é Gregório de Matos Guerra,
poeta baiano que cultivou com a mesma beleza tanto o estilo cultista quanto o
conceptista (o cultismo é marcado pela linguagem rebuscada, extravagante, enquanto
o conceptismo caracteriza-se pelo jogo de idéias, de conceitos. O primeiro valoriza o
pormenor, enquanto o segundo segue um raciocínio lógico, racionalista)
Na poesia lírica e religiosa, Gregório de Matos deixa claro certo idealismo
renascentista, colocado ao lado do conflito (como de hábito na época) entre o pecado
e o perdão, buscando a pureza da fé, mas tendo ao mesmo tempo necessidade de
viver a vida mundana. Contradição que o situava com perfeição na escola barroca do
Brasil.
Antônio Vieira – Se por um lado, Gregório de Matos mexeu com as estruturas morais
e a tolerância de muita gente – como o administrador português, o próprio rei, o clero
e os costumes da própria sociedade baiana do século XVII – por outro, ninguém
angariou tantas críticas e inimizades quanto o “impiedoso” Padre Antônio Vieira,
detentor de um invejável volume de obras literárias, inquietantes para os padrões da
época.
Politicamente, Vieira tinha contra si a pequena burguesia cristã (por defender o
capitalismo judaico e os cristãos-novos); os pequenos comerciantes (por defender o
monopólio comercial); e os administradores e colonos (por defender os índios). Essas
posições, principalmente a defesa dos cristãos-novos, custaram a Vieira uma
condenação da Inquisição, ficando preso de 1665 a 1667. A obra do Padre Antônio
Vieira pode ser dividida em três tipos de trabalhos: Profecias, Cartas e Sermões.
As Profecias constam de três obras: História do Futuro, Esperanças de Portugal e
Clavis Prophetarum. Nelas se notam o sebastianismo e as esperanças de que
Portugal se tornaria o “quinto império do Mundo”. Segundo ele, tal fato estaria escrito
na Bíblia. Aqui ele demonstra bem seu estilo alegórico de interpretação bíblica (uma
característica quase que constante de religiosos brasileiros íntimos da literatura
barroca). Além, é claro, de revelar um nacionalismo megalomaníaco e servidão
incomum.
O grosso da produção literária do Padre Antônio Vieira está nas cerca de 500 cartas.
Elas versam sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e
os cristãos novos e sobre a situação da colônia, transformando-se em importantes
documentos históricos.
O melhor de sua obra, no entanto, estão nos 200 sermões. De estilo barroco
conceptista, totalmente oposto ao Gongorismo, o pregador português joga com as
idéias e os conceitos, segundo os ensinamentos de retórica dos jesuítas. Um dos
seus principais trabalhos é o Sermão da Sexagésima, pregado na capela Real de
Lisboa, em 1655. A obra também ficou conhecida como “A palavra de Deus”.
Polêmico, este sermão resume a arte de pregar. Com ele, Vieira procurou atingir seus
adversários católicos, os gongóricos dominicanos, analisando no sermão “Porque
não frutificava a Palavra de Deus na terra”, atribuindo-lhes culpa.

As principais características do Barroco

Barroco também chamado de seiscentismo, são o dualismo, a riqueza de detalhes e o exagero.

Na literatura barroca, os textos refletem elementos rebuscados e quase sempre extravagantes, onde são valorizados os detalhes em um jogo de contrastes.

A linguagem desse movimento tentou unir os valores medievais aos da cultura grega e latina, os quais foram evidenciados com o Renascimento.

De modo geral, o barroco na literatura é marcado por características que evidenciam o jogo de palavras e de ideias. Além disso, é marcante o uso das figuras de linguagem como a metáfora, inversões, hipérbole, paradoxo e antítese.